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Casamentos

Catarina e Manuel: o nosso casamento

A minha mãe diz que o homem faz planos e Deus ri-se, e tem razão. Nos últimos dois anos o vento não esteve a nosso favor, mas a vontade de dizer "sim" foi mais forte que o resto do mundo.

Ana Pastoria Photography

Depois de vários meses a planear o nosso casamento, veio a pandemia e o adiamento. Quando finalmente estávamos prontos para pôr o plano em marcha, veio um bebé. No entanto a nossa força ditou o nosso futuro, e este reverteu-se no momento mais feliz da minha vida, o nosso "sim"!

Eu e o Manuel conhecemo-nos porque trabalhávamos na mesma empresa, no mesmo departamento e, por vezes, até na mesma equipa. O facto de as nossas origens serem semelhantes (e o Manuel ter vivido na cidade que me viu nascer) aproximou-nos. Não há nada que duas pessoas deslocadas apreciem tanto como unir raízes e matar saudades.

Antes do casamento

A decisão

Decidimos casar, os dois, numa decisão consciente e ponderada. Há algo que valorizamos muito: a nossa família e os nossos amigos e há apenas um motivo feliz para que toda a gente se reúna no mesmo espaço e esse motivo é um casamento.

A ideia de termos as pessoas de quem mais gostamos juntas foi o que nos levou a decidir levar este plano avante e trocar alianças. Claro que não se põe em causa o que sentíamos um pelo outro, mas assinar um contrato não era essencial para nós.

O pedido de casamento

Depois da decisão de casarmos ter sido tão séria e adulta, um bocadinho de romantismo impunha-se. Assim, o Manuel pediu à mãe uns anéis de família – lindos de morrer – e fez-me uma surpresa. Como escritor que é (e tímido) pediu-me em casamento com uma carta escondida durante o jantar. A carta levou-me às lágrimas (como boa lamechas que sou) e confirmou que era esta era a pessoa certa para dar este passo. O pedido não foi um gesto grandioso, mas representa tudo em nós e não podia ter sido melhor.

A escolha do sítio

Depois do pedido, começámos à procura de um local que nos enchesse as medidas. Queríamos um casamento descontraído, fora das normas e em que toda a gente se sentisse bem. Porém, escolher um sítio fora do comum foi muito mais difícil do que antecipámos e não conseguíamos encontrar nenhum sítio que reunisse as condições necessárias. Assim, decidimos abrir a mente e procurar locais mais dentro do standart.

Placa decorativa de bem-vindas

Primeira hipótese

O primeiro sítio que nos apaixonou foi a estufa real do jardim botânico da ajuda, em Lisboa. O sítio era lindo e a estufa do século XVIII roubou-me a respiração, fazendo-me lembrar a estufa do jardim botânico de Coimbra – a minha cidade. Este espaço reunia várias coisas que adorámos: estava no meio da natureza, tinha um ambiente completamente idílico e a estufa tinha um número de lugares relativamente limitado que ia ao encontro do casamento pequeno com que sonhávamos. No entanto, depois de muitas voltas, percebemos que não havia vaga para 2020 e aquele não podia ser o nosso sítio.

O local final

Depois de pesquisas infindáveis e de várias visitas a quintas, chegámos ao sítio que esteve sempre à nossa espera. A Quinta Nova do Hespanhol. A árvore no centro do pátio convenceu-nos instantaneamente e as luzinhas penduradas em jeito de arraial foram o toque final que nos ajudou a ter a certeza. Depois de conversarmos com a Maria, uma das donas da quinta, a decisão estava tomada. Ia ser ali o nosso casamento.

Lugar descontraído onde os convidados se juntam

Os adiamentos e a importância dos nossos fornecedores

Uma das partes mais desafiantes de organizar este casamento tenha sido perceber que controlávamos muito pouco. A poucos meses do grande dia, uma pandemia assolou o mundo e toda a gente ficou fechada em casa, por isso, fazer a festa que tínhamos imaginado estava fora de questão. Teria de ficar para 2021.

Mas o destino trocou-nos as voltas novamente e trouxe-nos um bebé que nasceu o fim de Maio e casar com um bebé tão pequenino também não era o que queríamos. Assim, tivemos de adiar o casamento para 2022. Tivemos uma sorte incrível com a compreensão e apoio da quinta que nunca nos pressionou para fazermos o casamento se não estivéssemos prontos. Essa calma contagiou-nos e aceitámos que era o que tinha de ser. A importância da escolha dos nossos fornecedores foi fulcral para que tudo corresse na perfeição!

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O vestido de noiva

A primeira coisa que comecei a procurar foi, claro, o vestido de noiva! Não tinha grande ideia formada do que queria, mas sabia mais ou menos do que gostava. Rapidamente percebi que há o vestido da nossa cabeça, o vestido no cabide e o vestido no nosso corpo. Acabei por escolher um vestido num modelo princesa que nunca pensei escolher. A renda e as “asas” convenceram-me e, assim que o experimentei, balancei de um lado para o outro para confirmar que era possível dançar.

Noivos dando a mão e sorrindo um para o outro

Preparativos do casamento

Fazer os últimos preparativos para um casamento com um bebé de um ano não é tarefa fácil! Uma tarefa que levaria uma hora estava condenada a levar quatro ou cinco e, por momentos, arrependemo-nos de termos decidido fazer rifas e menus e seatting plans e playlists! Para complicar ainda mais – porque nós só sabemos lidar com níveis de dificuldade muito alta – o bebé ficou doente na semana do casamento!

Provas de cabelo e maquilhagem, ir buscar o vestido, ir à quinta levar o que fosse preciso tornou-se uma prova de obstáculos e, já perto do dia, só queríamos que chegasse! Organizar um casamento não é tarefa fácil, mas com os ingredientes certos- amor, paciência, e mais amor- tudo corre na perfeição!

O apoio da família

Na semana que antecedeu o dia do “sim” o apoio da nossa família foi essencial. Foram eles que nos ajudaram a acabar de preparar tudo o que era necessário e foi a minha irmã que teve a ideia de comprarmos um carrinho de madeira para que o nosso bebé pudesse fazer parte do cortejo nupcial, logo a seguir às meninas das alianças – as minhas sobrinhas. Escusado será dizer que este foi um dos grandes momentos altos do casamento.

O casamento

Chegou o dia

Na manhã do casamento, fomos juntos para a quinta. Estávamos tranquilos e tínhamos decidido que não íamos dizer os votos porque não tínhamos tido tempo de os escrever. Estávamos confiantes de que ia ser um dia divertido, contando que ninguém ia derreter perante o calor impiedoso que se fazia sentir. Assim, fomos, cada um para o seu quarto, dar início aos preparativos.

Homem e mulher atuando num concerto

Preparação do casamento

Creio que tivemos muita sorte por termos tido, ao longo do dia, sempre as pessoas mais próximas ao nosso lado. Comigo, tive a minha irmã e duas das minhas madrinhas – sendo que uma delas é uma talentosa fotógrafa de casamentos que registou o dia – e a melhor cabeleireira e a melhor maquilhadora do mundo.

Levei uns brincos feitos especialmente para mim da Cremilde Bispo e o ambiente foi sempre descontraído e confesso que só fiquei mesmo, mesmo nervosa quando o noivo me disse que, afinal, até tinha conseguido escrever os votos e, então, tive de escrever os meus. Mas o momento estava aí, já passava da hora e tinha de ir até ao altar, com ou sem votos.

Noiva a ser maquilhada

A cerimónia

Quando cheguei ao altar e olhei para o meu noivo de lágrimas nos olhos, percebi que aquilo estava mesmo a acontecer. Foi uma cerimónia civil, portanto simples, que pontuámos com discursos de um dos padrinhos e uma das minhas madrinhas e com os temidos votos. Decidi começar eu porque sabia que os votos do noivo iam estar muito melhores e não me enganei. Foi, sem dúvida, um dos meus momentos preferidos e foi maravilhoso ter o nosso filho connosco.

Noivo coloca aliança na noiva

Toque especial

Houve um pormenor na decoração, do qual não tive responsabilidade nenhuma e que me emocionou muito. Em 2014, o meu pai faleceu e, logicamente, não pôde estar no casamento. Mas isso não o impediu de estar presente. A minha irmã decorou o nosso altar com peças dele (o meu pai era artista plástico) e o chapéu dele esteve no lugar que ocuparia.

Jarras decorativas

A festa

Depois da cerimónia pudemos respirar! Estava um dia de verão perfeito e foi possível passarmos a festa para a rua, uma coisa que sempre quis e foi incrível. O jantar foi no salão e a comida era deliciosa. O ambiente esteve sempre relaxado e acho que toda a gente se divertiu. Claro que não conseguimos falar e estar com toda a gente como gostaríamos, apesar de termos apenas cerca de 80 convidados, pois toda a atenção que pudéssemos dar à nossa família e aos nossos melhores amigos, nunca seria suficiente. Ver toda a gente a dançar foi compensação suficiente por todo o trabalho que tivemos.

Noivos abraçados e a dançarem juntos

Depois do casamento

O dia seguinte

Dormimos na quinta e, no dia seguinte, partimos de lua-de-mel para Cuba. Para trás deixámos memórias queridas de um grande dia, de pessoas que adoramos, de músicas que toda a gente dançou e do creme de espargos que, passados vários meses, os nossos convidados recordam com saudades.

Faria tudo novamente, com algumas alterações – mais descontracção nalguns aspectos e mais detalhes noutros. Há coisas que são imutáveis, como a pessoa que escolhi para trocar votos e as pessoas que estavam ao nosso lado naquele dia. Espero que, ao chegar aos dez anos de casamento, possamos celebrar novamente e fazer uma festa de arromba!