O casamento de André e Bárbara em Porto de Mós, Porto de Mós
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A&B
05 Dez, 2020A crónica do nosso casamento
Namoramos desde 2010 e o pedido de casamento foi a 2 de novembro de 2018, numa altura em que (como eu dizia) já tinha perdido a esperança de ser pedida em casamento, depois de tantos anos. O pedido foi quando menos esperava, tínhamos combinado uma escapadinha para Mortargil. No primeiro dia, íamos aproveitar a cidade de Évora, que não conhecíamos. Ele só me disse que tínhamos de estar despachados a uma determinada hora e eu "OK." Quando me apercebi, estávamos no aeródromo e tinha uma queda livre de 5000 metros à minha espera. Há anos que dizia que gostava de fazer uma queda livre. Foi incrível. Quando cheguei cá abaixo só me disse: "Agora, antes do jantar, temos de ir a um sítio" e eu "OK". Levou-me para um miradouro com vista sobre a cidade, colocou a música "Pontos nos is" a dar e pediu-me em casamento. Foi memorável, mesmo ao nosso jeito!
Decidimos que já não havia tempo para preparar tudo para 2019 e arriscámos para 20/06/2020. Era uma data bonita que tínhamos escolhido para nós e seria no ano em que faríamos 10 anos de namoro. Mas em março as nossas vidas mudaram. Durante algum tempo tentámos ignorar e pensar que ainda seria possível. Mas não! E em maio decidimos adiar para 5 de dezembro (afinal, o produto do primeiro dia seria igual ao produto do nosso futuro dia a dividir por nós os dois), achando nós que estaria melhor (que ignorantes!).
Continuar a ler »À medida que o tempo ia passando, íamos percebendo que devíamos ter escolhido o verão e não esperar pelo inverno, mas não sabíamos disso na altura. Mas tínhamos uma condição: casaríamos em 2020 desse por onde desse, só nós os dois, com ou sem marmita, fosse onde fosse! O tempo passou e em conversa com a Rita, da Quinta dos Lagos, ela que sempre nos ajudou, convenceu-nos em fazermos uma cerimónia pequena, 30 pessoas, e deixar a grande festa para depois. Decidimos então que a Quinta do Pinheiro seria a melhor para levar a cabo um almoço íntimo no nosso dia. Estava tudo a endireitar-se. Convidámos estas nossas 30 pessoas, estavam apreensivas, afinal para quê acelerar, "não querem esperar", diziam eles. Mas nós estávamos firmes. Nem mesmo os nossos pais acreditaram que nós iríamos levar a nossa avante! Mas nós não perdíamos a esperança!
A despedida de solteira e solteiro aconteceu, mesmo com todas as regras e dificuldades.
Tentámos por várias vezes combinar a sessão LoveBirds, era importante para nós, tínhamos contratado o Hexafoto há cerca de 1 ano e queríamos conhecê-los e eles a nós. Ora a chuva, ora a impossibilidade de sair a horas do hospital, ora o último susto de poder estar infetada. Acabou por acontecer e que bem!
Os estados de emergência foram-se somando. Apercebemo-nos de que era um dia num fim de semana prolongado e que havia uma forte possibilidade de termos o país confinado. 15 dias antes, apercebemo-nos de que iríamos ter vários problemas: 1. as pessoas de outros concelhos teriam de se deslocar mais cedo, sobretudo as de mais longe; 2. o nosso restaurante pertencia a um concelho de muito elevado risco, o único no distrito de Leiria (na altura), que azar! Tínhamos de arranjar uma solução. Neste dia, (saída de turno da noite e ele a entrar no turno da noite) só disse ao André: “Faz o que quiseres, resolve como achares melhor, eu aceito qualquer coisa, mas não consigo lutar mais hoje”. Este era o trigger que ele precisava para resolver tudo. Em menos de uma hora, achou um novo restaurante, falou com a responsável e, de repente, já tínhamos uma solução. A Célia do Restaurante Dom Abade acolheu-nos e só nos reforçou das regras a que todos estávamos sujeitos, como já sabíamos.
A uma semana ainda nem ela acreditava muito bem que fosse acontecer. Disse-nos em jeito de confidência que só comprou todos os ingredientes para o nosso almoço na quarta, antes do dito sábado.
3 dias antes, o nosso padre e amigo de longa data, que tinha estado connosco desde o início e que tinha feito a caminhada connosco, inclusive a celebração de noivado, diz-nos que está infetado e não poderá celebrar o nosso casamento. Tivemos de conversar com o padre da nossa paróquia, que se mostrou completamente disponível para o que precisássemos e que poderia celebrar o nosso dia. 2 dias antes, começámos a ver os papéis que precisávamos para casa. Como vivemos em Coimbra, mas somos de Porto de Mós, todo o processo religioso tinha sido feito em Coimbra e enviado (supostamente) para Porto de Mós. A 2 dias, apercebemo-nos que esses documentos não estavam prontos (tínhamos terminado este processo em abril...) A 1 dia do casamento, finalmente, conseguimos esses tais documentos junto da Diocese Leiria-Fátima, que felizmente perceberam o nosso pânico e trataram de tudo a tempo do dia.
Como podem ver, a última semana antes do dia foi um pânico, a nossa madrinha só dizia "O que foi desta vez? Um meteorito caiu em cima da vossa igreja?". No dia antes choveu o dia inteiro, nem uma única aberta! Já temos tendência a haver chuva pelo que os chapéus de chuva já estavam prontos, mas queríamos pelo menos umas abertas para uma ou outra foto.
O dia propriamente começou às 6 horas da manhã, não dormimos grande coisa, mas também não era importante. Estava tranquila, finalmente o dia chegou e estava tudo pronto. A Ana do Pó de Arroz chegou a minha casa, para darmos então início aos preparativos. Enquanto preparava as minhas outras meninas, mãe, sogra, tia, avó e madrinha não saí do pé delas. Queria absorver tudo durante o dia. A manhã passou a correr, entre todos os preparativos, apreciar todos os meus acessórios e o vestido, não houve quase tempo de respirar. Cheguei a tempo à nossa igreja, fazia sol. Os meninos das alianças já à minha espera. Correu tudo bem, éramos finalmente um só, casámos contra tudo e contra todos. Pudémos aproveitar o nosso almoço, estar com todos, tivemos tempo para conversar com todos os nossos convidados, foi íntimo, mas divertido. Não foi o que sempre tínhamos sonhado, mas foi o possível. Não foi a grande festa que idealizávamos, mas foi a grande festa e celebração do amor.
O dia passou num instante, como sempre, claro, mas ficámos com a sensação de que aproveitámos tudo e todos e, no final, ainda estávamos bem para aproveitar a nossa noite de núpcias.
Deixo-vos com as palavras que disse no nosso dia: "Começando pelas palavras de Eugénio de Andrade, “é urgente o amor, é urgente permanecer”. Neste ano em que tudo aquilo que tínhamos como um dado adquirido, deixou de o ser, urge definirmos o que verdadeiramente interessa no final do dia. (…) E nós, Bárbara e André, decidimos que o que interessa no final do dia é o início de uma vida a dois, tendo Deus como testemunha, e todos vós, os nossos mais que tudo, que estão aqui presentes hoje. (...) Cada um de nós ganhou uma nova família (e amigos que são família). Hoje, juntamos duas famílias numa só. Hoje, 5 de dezembro de 2020, é o dia de juntar as peças do nosso puzzle."
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