O casamento de Diogo e Joana em Cantanhede, Cantanhede
Rústicos Outono Grená 4 profissionais
D&J
20 Out, 2018A crónica do nosso casamento
O nosso dia mais feliz.
Antes de tudo, queria só referir que o meu noivo nunca quis casar. Eu sempre adorei vestidos de noiva e a ideia de comemorar o nosso amor com amigos e família atraía-me bastante e, a juntar a isso, queria muito fazer uma viagem pela América Latina e, para isso, precisava de juntar os 15 dias da licença aos 15 dias das minhas férias. Então, até chegarmos a este dia, foi todo um processo de convencer o Diogo. Hoje em dia, ele agradece-me e diz que foi o dia mais feliz da vida dele.
Como eu sou um bocadinho control freak e queria poupar no que pudesse para ter dinheiro para a lua-de-mel, acabei por tratar de algumas coisas sozinha. Foi um ano de imenso stress, mas que me deu um gozo brutal, por isso é que continuo a vir a esta comunidade muito regularmente.
Mas vamos ao dia. Começou às 8 da manhã comigo sem ter conseguido dormir nada por causa da ansiedade, mas super bem disposta.
Tinha encaminhado o Diogo para casa dos pais e passei a noite com as minhas damas.
Continuar a ler »Os santos dos meus fotógrafos chegaram pouco depois das 8 da manhã para fazermos umas fotos todas juntas. Foi uma maneira muito gira de começar o dia, de forma descontraída, com as minhas meninas comigo.
Entretanto, os meus pais também lá foram ter para a minha mãe ser penteada (era a primeira) e foi quando lhes entreguei as prendas que tinha para eles.
Para a minha mãe, comprámos um colar de prata com umas pedrinhas em bordeaux (a nossa cor) e, para o meu pai, comprei um vinho super XPTO (na realidade, foi ele que o escolheu a pensar que eu o ia oferecer a um amigo no aniversário). Ficaram os dois super emocionados e não há nada melhor do que isso. Os meus sogros também receberam prendas semelhantes: um vinho para o meu sogro e uma pulseira igual ao colar da minha mãe para a minha sogra.
Estava na altura de ser penteada. Como em muita coisa no meu casamento, fugi à regra e, eu que tinha um cabelo pelo meio das costas, cortei-o umas semanas antes para o poder levar curto. O penteado ficou a cargo da minha vizinha, que é uma excelente hairstylist e a coroa de suculentas fui eu que fiz.
Maquilhagem e depois chegou a hora de vestir. Contei com a ajuda das minhas meninas e foi, também, altura de mostrar a surpresa às minhas madrinhas.
O meu vestido foi todo idealizado por mim e foi feito numa costureira. As minhas madrinhas (a minha melhor amiga e a minha irmã) tinham planeado fazer-me uma surpresa e oferecer-me o vestido, mas eu descobri antes do tempo e não fui a pessoa mais sensível a mostrar que já sabia. Então, pedi à costureira que me bordasse duas etiquetas com o nome da cada uma delas para que ficassem para sempre recordadas.
Vestida, penteada, algumas fotos sozinha, outras com a família, e estava pronta para seguir. Já eram quase as duas da tarde quando saí de Coimbra e acho que a conservadora já estava a bufar um pouco por eu estar atrasada, mas não deixei que isso me chateasse.
A minha cerimónia era reservada apenas para os pais, avós, irmãos e padrinhos. Os restantes convidados só chegavam depois da cerimónia.
Quando cheguei à quinta e vi o Diogo ao fundo à minha espera, só queria chegar ao pé dele e abraçá-lo. Ele diz que, assim que me viu, teve de se conter para não desatar a chorar ali no meio.
Durante todo o processo de fazer o vestido (cheio de altos e baixos, muito stress e expetativas à mistura), ele sempre quis ver e eu sempre me neguei. Sabia que o impacto seria outro, se ele me visse apenas no dia. E, claro, não me enganei. Ele disse que eu estava perfeita, tudo o que ele tinha sonhado.
A cerimónia foi curtinha e optámos por não ter votos. Tentámos fazer uma brincadeira em que a conservadora dizia: "Agora vamos aos votos. Quem vota a favor? Quem vota contra? Quem se abstém". Não correu exatamente como tinha planeado, porque ela não disse a parte inicial, mas foi giro na mesma.
Estávamos tão felizes, chorei tanto.
Os convidados começaram a chegar pouco depois, mas não sem conseguir antes entregar a prendas às madrinhas e aos padrinhos. Para as madrinhas (e companheiras dos padrinhos) ofereci um vaso com suculentas. Para os padrinhos (e respetivos das madrinhas) ofereci um porta-chaves em forma de avião.
Assim que começaram a chegar os convidados, fomos sendo muito elogiados, fosse pelo meu vestido e pelo fato do Diogo que era muito descontraído (nunca vi um noivo a ser tão elogiado pela escolha da indumentária), fosse pela decoração do espaço (o tema era viagens e a decoração foi toda feita por nós) e pelo espaço em si.
Nós, que não queríamos as típicas fotos com as pessoas (queríamos que fosse mais natural, ao longo do dia), acabámos por ter de as fazer, porque já estávamos a baralhar o sistema aos convidados ao excluí-los da cerimónia, não podíamos tirar-lhes tudo. Aproveitámos para tentar fazer fotos parvas em vez do tradicional sorriso meio forçado e saíram coisas muito giras.
Os nossos jogos começaram logo no sitting plan. Para descobrirem a sua mesa, os convidados tinham de descobrir a que cidade correspondiam as coordenadas indicadas. Uma ideia que deu discussão com a minha mãe antes do casamento e que acabou por correr muito bem, porque já quase toda a gente sabe usar o google maps e quem não sabe, tem filhos ou sobrinhos que sabem. A verdade é que não demorou tempo nenhum a estarem todos sentados no sítio certo e foi uma coisa que deu para por as pessoas a falarem umas com as outras: "Já descobriste a tua mesa? Bla bla bla".
Para a entrada na sala, escolhemos uma versão de uma música de Game of Thrones (Rains of Castamere, a música usada no episódio chamado Red Wedding, em que basicamente são todos assasinados). Escolhemos esta música por adorarmos Game of Thrones, por ser uma piada por causa do episódio específico, mas também por ser uma música realmente bonita. A nossa versão era acústica de guitarra e sem voz.
Quem conhecia a série e a música (o Diogo é informático e tínhamos imensos nerds nos convidados) achou imensa piada, quem não conhecia achou só que era uma música bonitinha. Deu para fazer uma piada sem ofender a malta mais velha.
Nas mesas dos convidados, havia três jogos diferentes: o jogo do paparazzi, que ninguém ligou; um quizz sobre nós com perguntas invulgares (algumas feriram as suscetibilidades da família do Diogo), cujas respostas foram dadas em vídeo mais tarde; e uma frase engraçada para cada mesa completar na parte de trás dos marcadores de mesa. Cada mesa tinha o nome de uma cidade onde tínhamos estado juntos e os marcadores eram postais com uma foto nossa nessa cidade. Na parte de trás tinha uma frase para completar. A meio da refeição, recolhemos os postais todos e lemos as frases ao microfone e escolhemos a nossa favorita. Agora, estamos a dever um jantar a essa mesa, que calhou ser de primos meus.
Durante a refeição, fomos tentando comer sempre que traziam os pratos. Como éramos os primeiros a ser servidos, dava para comer enquanto os convidados estavam a ser servidos também e, assim que acabávamos, íamos rodando pelas mesas para falar com todos.
A uma certa altura, a minha irmã também começou a vender as raspadinhas que fizemos e fiquei um pouco atrapalhada com tudo o que já tinha que fazer mais a entrega dos prémios das raspadinhas. Todas tinham prémio, apesar de uns serem simbólicos, mas acabei por conseguir delegar essa função e a coisa foi fluindo.
A entrega das recordações é que acabou por falhar um bocado porque, como tínhamos de falar com as pessoas sobre a recordação para agradecer pessoalmente às pessoas e explicar o nosso gesto, demorávamos muito tempo e tivemos que interromper para as várias coisas que iam acontecer. Optámos por não dar recordações aos adultos, doando o dinheiro correspondente a associações de animais, por isso entregámos apenas uma foto com animais das associações e um agradecimento. Também não nos lembrávamos se tínhamos uma foto por adulto ou por casal e acabámos por ficar sem fotos para todos. Para as crianças demos prendas adaptadas às idades.
O corte de bolo também não foi o momento mais espetacular, mas tornou-se divertido. Apesar de ter ficado um bocadinho desapontada com a decoração do bolo (queria um bolo nude decorado com suculentas, que acabei por ter de ser eu a fornecer porque senão seria cobrado à parte), que acabou por um bocadinho nude demais, ignorei estas pequenas coisas porque, no momento, nada disto importa.
Era suposto termos uma máquina de bolas de sabão que o chefe de sala nos emprestou a mandar bolas para o ar enquanto cortávamos o bolo, mas a máquina estava encravada e não rodava. Então tivemos um empregado de mesa a rodar a máquina à mão e foi uma situação caricata, que não deixou de ter piada. E como isto tudo são detalhes, nós divertimo-nos à brava a cortar o bolo e a comer em frente a toda a gente. Podia estar demasiado nude, mas era maravilhoso de sabor.
Voltámos para dentro para ver um vídeo que fizeram com as nossas fotos da sessão de solteiros e para ver as respostas ao quizz, e eu larguei a saia comprida e fiquei, finalmente, apenas com o meu vestido curto para a nossa dança.
A nossa dança foi um tango que começou com um rap escrito pelo meu maridão, com arranjo musical do meu cunhado, que é também o autor da música que dançámos. Andámos meses a treinar a coreografia e, apesar dos sapatos não deslizarem nadinha naquele chão, saiu-nos muito bem e toda a gente adorou. Foi único e super especial.
Pouco depois de inaugurada a pista de dança, foi a vez do bouquet. Para o meu bouquet, que era 100% suculentas, inventei um jogo que adorei fazer. Já o tinha pensado mais ou menos para o casamento da minha melhor amiga em 2016, mas o marido dela vetou a ideia e eu usei-a no meu. O meu marido alinha em tudo o que é maluquices. Ora, o jogo consistia em três caixas: uma delas continha o bouquet e as outras duas continham uma taça grande de gelatina com um vibrador em forma de baton no meio. Três solteiras eram sorteadas, atirando três flores de papel, cada uma com um caule de cada cor, identificando cada uma das caixas. Depois, vendadas, ao nosso sinal, as três solteiras metiam a mão dentro da caixa e tiravam de lá o que lhes saísse. Foi muito engraçado e o bouquet acabou por calhar à minha amiga, que mo tinha conseguido por um preço ótimo. Fiquei mesmo feliz de lhe ter calhado a ela.
Por esta altura, já tendo completado todos os momentos planeados, a minha exaustão começou a manifestar-se e eu comecei a sentir-me muito nauseada e sem forças. Acabou por me obrigar a recolher à salinha dos noivos, por volta da meia noite, onde fiquei a desejar intensamente que chegassem as 2 da manã rapidamente para poder ir dormir, tal era o meu desconforto. Hoje, é a única coisa que tenho realmente pena do meu casamento.
O Diogo, que nunca quis casar por não querer ser o centro das atenções, esteve a segurar as pontas todas e a dinamizar tudo. Parecia que tinha nascido para aquilo e a minha família só dizia que não estavam a reconhecê-lo! A felicidade faz destas coisas.
Foi um dia maravilhoso, não mudava uma única coisa. A não ser, talvez, o encher-me de medicação na véspera para me obrigar a dormir e a descansar para não morrer para a vida à meia noite, sem aproveitar o baile, que era o único momento em que já não tinha que me preocupar com nada.
Infelizmente, aqui a burrinha da menina resolveu levar o vestido curto e o fato do noivo (sem blazer) para a lua-de-mel para tirar fotos bonitas, mas fomos roubados no segundo dia de viagem e ficámos sem eles. Tivemos de comprar um novo fato para o Diogo e eu estou a tentar refazer o meu vestido, versão 2. Nunca será a mesma coisa, mas não aceito ficar com o vestido incompleto e ter a recordação deste dia tão feliz manchada por uma maldade humana.
A verdade é que adorava poder reviver este dia, vezes e vezes sem conta, porque foi realmente o dia mais feliz da minha vida e não me arrependo nem um bocadinho de todo o stress e ansiedade na preparação e de todo o dinheiro gasto. Pode parecer uma futilidade, mas a verdade é que a felicidade que produz em nós não tem preço.
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