O casamento de Filipe e Sónia em Pinhal Novo, Palmela
Vintage Verão Preto e branco 2 profissionais
F&S
08 Jul, 2016A crónica do nosso casamento
Finalmente casados!
Ainda nem acredito que tudo o que diziam sobre planear um casamento era mesmo verdade: o dia passa a correr, mal dás pelo tempo passar; por mais que esteja tudo planeado ao milímetro e que sejas uma control freak, algumas coisas vão mesmo correr mal; passas tanto tempo a tentar chegar a toda a gente que tu própria não consegues desfrutar de muitos dos pormenores que planeaste com tanto gosto e afinco. Até os artigos que li sobre a tal “depressão pós-casamento” eram verdadeiros: o anti-clímax, depois de tantos meses focada no planeamento do casamento, é horrível. De repente, já não ter nada para planear pode deixar-nos com uma sensação de vazio mais forte do que nós. Graças a Deus durou apenas uns três dias após o regresso da lua-de-mel. Porém, tudo valeu a pena! Mesmo que a minha playlist não tenha passado.
As contrariedades: a minha playlist não ter passado é algo que não consigo esquecer! A música é muito importante para mim e aquela lista representou tantas horas de trabalho a escolher canções para todos os gostos, com transições muitos estudadas entre estilos, etc. Entrávamos com música romântica e depois rock, hard rock, até umas baladas de heavy metal, reggae, rap, pop, indie, dance, house, techno e culminando no trance para dançar pela noite dentro. Na véspera do casamento, já na cama, às 2h45 da manhã, lembrei-me de que não tinha ainda descarregado da Internet as músicas que eu ficara de levar comigo para passarem antes da chegada do DJ. Às 7h da manhã do dia do casamento estava eu ensonada frente ao PC a descarregar música freneticamente porque a cabeleireira estava prestes a chegar (8:15). E consegui, com a ajuda do meu filhote que descarregou o que faltava à hora de almoço. Ainda assim, não estava destinado, não iria acontecer. Primeiro, antes da chegada do DJ contratado, ocorre um problema técnico que me leva a desistir e pedir ao dono da quinta para pôr um CD dele (que por acaso só tinha reggaeton).
Continuar a ler »À chegada do DJ, saiu-me um peso dos ombros, mas não por muito tempo! Já um pouco confusa com a música que começa a passar, sou informada de que o rapazola considerou que a lista que eu tinha preparado era ‘pouco adequada’ e, portanto, iria "misturar" com ‘algumas coisas dele’. Resultado: da minha lista de quase 200 músicas, a maioria retiradas de playlists recomendadas para casamento, o moçoilo passou só três! E quando ouvi "Apita o comboio" e "O pai da criança" em altos berros a seguir ao jantar quase tive um enfarte. Entretanto, uma parte dos meus convidados estava claramente a adorar o bailarico, não quis estragar-lhes a festa, e engoli a música pimba até ao final, no meu próprio casamento. Não entrei com o noivo na quinta ao som da nossa canção especial como estava planeado. Primeiro, por causa do tal problema técnico e depois porque nos chamavam insistentemente. A mim chamaram-me lá de dentro, e chamaram o noivo cá de fora. Resultado: entrei sozinha na quinta e o noivo ficou retido à entrada, e isto no mais absoluto silêncio, sem música. Seguiram-se uma série de ‘percalços’ do género: aquando da abertura do buffet ele ficou retido por um grupo de amigos enquanto eu me dirigia para a mesa e, distraída, acabei a abrir o buffet sem noivo acompanhada pela minha madrinha de casamento; a única tradição que não queria cumprir era a valsa – sou metaleira, é preciso dizer mais? Houve um convidado que se agarrou ao microfone e pediu uma valsa ao DJ, que passou imediatamente à ação, e fomos praticamente obrigados a dançar (se é que se pode chamar dançar aos movimentos desconfortáveis que fiz).
O corte do bolo foi outro desastre. Supostamente, o bolo seria cortado frente à piscina com fogo de artifício como pano de fundo. Novamente, o noivo fica retido pelos amigos, já bem ‘regado’ e muito animado. Quando ele finalmente veio para junto da mesa e dou o OK ao dono da quinta para acender os fogos, o padrinho do noivo, já bastante ‘alegre’ começa a regar os convidados com espumante sem que nos apercebêssemos. Os convidados começam a ‘debandar’ e alguns muito aborrecidos porque tinham as máquinas fotográficas e os telemóveis caros em riste e tinham ficado encharcados! Com receio que o fogo terminasse, comecei a cortar a fita decorativa em redor do bolo sozinha. O noivo agarrou-se a uma garrafa de espumante para a abrir, altura em que o tal padrinho decide que a área da piscina estava mal iluminada e teima, mas mesmo muito insistentemente, em carregar a mesa do bolo (que tinha em cima um bolo de 3 andares, um topo de bolo com réplicas dos noivos em biscuit, 2 cálices personalizados e várias garrafas de espumante) para a tenda iluminada a uns 3, 4 metros dali. O meu coração quase parou, já imaginava tudo estilhaçado e desfeito na relva, mas quiseram todos os anjos amparar a mesa no percurso, com os carregadores já bem regados com cerveja. Posto isto, no momento em que unimos as mãos para cortar juntos a primeira fatia, alguém chama o noivo que, já 'quentinho' e eufórico, larga a faca e vai embora! Fiquei a cortar 69 fatias de bolinho sozinha, até deixar de sentir as costas na zona onde tenho uma bela hérnia discal e ficar com o pulso da tendinite feito num 8. By the way. Não cheguei a provar o bolo. Estava tão deslumbrada com o carinho das pessoas, com a alegria de todos e com a felicidade evidente do meu noivo, que me alimentei disso e, tirando o bacalhau com natas do jantar, mal comi o dia todo.
Porém, apesar de tudo, o dia 8 de Julho de 2016 foi o dia mais feliz da minha vida desde o nascimento do nosso filho. Porque me encheu o coração ver o noivo orgulhoso a percorrer os convidados a elogiar a minha ‘capacidade, imaginação’ e “a minha mulher fez tudo sozinha”. Porque os donos da quinta fizeram a parte deles com esmero e decoraram o local tal como eu tinha pedido, mesmo ao nosso gosto. Encheu-me o coração ouvir os mil e um elogios dos convidados, e agora dos nossos amigos, online, sobre como estava tudo tão “elegante, bonito, original” e que era “a minha cara”. Porque os donos da quinta nos fizeram sentir em casa com a imensa simpatia e disponibilidade. Porque as crianças me encheram o coração com as suas gargalhadas e sorrisos a saltar no trampolim, molhar os pés na piscina, passear de pónei e comer algodão doce. Porque abracei mais pessoas no dia 8 de Julho de 2016 do que em toda a minha vida desde 1973. Porque vi nos sorrisos das pessoas que escolhemos para partilhar o nosso dia uma grande alegria relativamente à nossa união. Porque o sorriso de felicidade do noivo, que mal lhe cabia no rosto, me aqueceu o coração durante todo o dia e toda a noite e durou pela lua-de-mel fora. Porque o meu irmão e o meu cunhado foram a nossa (fabulosa) equipa de fotógrafos - pareciam nunca ter feito outra coisa e trabalharam muito bem em equipa mesmo sem se conhecerem antes – temos fotos fantásticas! Pensei que ser uma noiva gorda iria ser duro para mim. Sou metabolicamente saudável e gosto de mim como sou. No entanto, num dia em que se espera que sejas a mais bela e o centro das atenções e tens de usar um corte e uma cor que não te favorecem nada, é possível que a tua auto-estima habitual seja um pouco beliscada. Ainda andei uns dias deprimida nas vésperas do casamento. Mas no meu dia especial, senti-me bonita, sabes porquê? Se vestes XL ou XXL só tens duas opções no dia do teu casamento: ser uma noiva gordinha que irradia felicidade, ou ser uma noiva gordinha e ainda por cima tristonha e cabisbaixa. Eu escolhi a 1ª opção. Felicidade é beleza!
Por todos estes motivos, mesmo sem a música e com o fracasso do corte do bolo, e até mesmo com a penosa "valsa da vergonha", e mesmo tendo o noivo esquecido a boutonière em casa e tendo eu acordado nessa manhã com os pés e tornozelos tão inchados que os sapatos mal apertavam, e que as pérolas no meu cabelo teimassem em cair, o nosso dia foi perfeito do início ao fim e não o trocava por nada! Tanta coisa correu de feição e em tantas outras situações parecia que o universo conspirava para nos ajudar. Por mais dinheiro que tivesse, não realizaria a nossa boda na mais luxuosa das quintas de eventos, casaria sempre na pequena e maravilhosa Quinta Sonhos no Pinhal Novo. Não alugaria uma limousine com motorista, iria sempre no Mercedes descapotável do meu irmão que nos tratou com um imenso carinho durante todo o percurso. Não oficializaria o casamento em nenhum outro local que não a Conservatória do Registo Civil da Moita, onde muito gentilmente nos cederam uma sala de audiências, decorada com um colorido arranjo floral, ao invés da salinha insonsa habitual. Nenhum padre falaria melhor que a nossa conservadora, cujas palavras, simples, mas sábias, guardei no coração.
Agradeço à Mony Vieira por ter vindo pentear-me a casa e ainda ter cortado o cabelo ao nosso filho antes de entrar ao serviço no salão; à minha amiga e antiga aluna Catarina Cardoso (Katy) pelas unhas de verniz gel preto lindas de morrer e pela maquilhagem que me durou desde as 13h até às 2h da manhã! À Patrícia Lopes, marido, filha e genro pela boda maravilhosa que nos proporcionaram. À Marina Medina pela paciência na depilação do noivo, que deu voz a toda a sua sensibilidade masculina. À Fatinha por tratar das cores do meu cabelo, tal como sonhei. À Isabel do blog Isabel Artes Decorativas pelo lindo topo de bolo que realizou criteriosamente, por meio de fotos. À Ana Sofia de Mundo de Pétalas por confeccionar o bouquet preto dos meus sonhos. À Andreia de Luazzinha e Festas por ter personalizado as flutes e o talher tal como idealizei, com borboletas pretas. Ao Marco Rodrigues (meu irmão) e ao Pedro Chora (meu cunhado) pelo excelente desempenho como fotógrafos não remunerados, mas super dedicados. Novamente ao meu irmão e cunhada Marina Popova por nos terem oferecido a 2ª noite da nossa inesquecível Lua-de-Mel no Sesimbra Hotel e Spa. À minha prima, madrinha de casamento e quase irmã, Móni Cruz e ao marido Marco Esteves por nos terem proporcionado a 1ª noite neste mesmo hotel. À minha amiga Sónia Louro e à minha prima Cláudia Costa por terem contribuído com fotos para o nosso álbum de casamento. Ainda à Sónia Louro e ao Edgar pelo presente mais doce (Sacopip). À minha mãe, Béua, pela paciência nas personalizações que lhe pedi para fazer ao vestido e pelos arranjos ao fato do noivo. Ao meu pai, Cipriano, por ter estado presente e ter contribuído para tornar o nosso dia realidade. À Carmen de Paixão do Açúcar pelo bolo lindíssimo, que ficou tal e qual como o imaginei, e ainda mais delicioso do que o esperado - até ouvi a alguns convidados que era o melhor bolo de sempre e não estou a exagerar. Ao Pedro Ferreira de Sacopip Pipocas por ter estado no jardim a distribuir algodão doce e simpatia por miúdos e graúdos no nosso dia especial. E, finalmente, a todos aqueles que nos acompanharam e que ajudaram a tornar o nosso dia especial, bem como a todos os que nos deixaram as largas centenas de “gostos” e comentários de parabéns e felicidades nos nossos perfis do facebook - adorava poder ter-vos levado a todos, meus amigos. Isso sim, se eu pudesse mudava no nosso dia mais-que-perfeito: em vez de 60, teríamos sido 300!
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