O casamento de Hugues e Sandrina em Balazar, Guimarães

Foi a minha primeira grande sensação do dia. Não gostei de andar com o saiote, achei desconfortável ao ponto de ter medo de o pisar e puxar demasiado o vestido para cima, varias vezes durante o dia, e notar-se o aro. A minha familia proxima começou a sair para estarem as 14h00 na quinta, uma vez que Casamos pelo civil apenas, quando vi a casa a esvaziar e só restamos eu, os meus pais e o melhor amigo dos meu pais (que foi o meu condutor) os primeiros sinais de stress tocaram no meu estômago como um leão a rugir.

Entrei no carro como uma boneca de porcelana com medo de tropeçar (foi dos meus maiores medos durante o dia, sim já me repeti mas foi mesmo!). Fizeram-se conversas engraçadas durante o percurso, apesar de eu, interiormente, sentir que o momento estava cada vez mais próximo! Chegamos a quinta 5 minutos depois das 14h30 (era suposto ter chegado 5 minutos antes pois 14h30 era a hora da cerimonia!) e pediram-nos para esperar até tudo estar a postos.

O meu pai chorou e eu também com o fotografo mesmo ali a captar a essência. Saí com o vestido a rastos meia que zonza, o meu pai ao meu lado, eu a avançar e nesse instante é igualzinho ao daqueles filmes em que tudo à nossa volta parece parar. No momento de trocar olhares lá fui eu deambulando até ao noivo a puxar o vestido com o arito a espreitar (o tal quesito bizarro só visto nas fotos dos convidados). Ao chegar à mesa de oficialização dei um abraço apertado ao meu pai e de seguida virei-me para o noivo e beijei-o como se uma espécie de suspiro de alívio saísse de mim.

A cerimónia que era suposto durar 15 minutos durou 30, a senhora repetia-se sem parar e a minha prima que foi nossa intérprete (o noivo é estrangeiro) não parava de se desculpar, ela também estava nervosa. Aliás, nesse dia todos pareciam tensos menos eu e o noivo, estavamos a realizar o que tanto desejavamos após tanta espera! Uma coisa que me marcou neste momento foi o olhar dos convidados, emotivos com lágrimas quase que em choque como se eu estivesse a esvoaçar através daquele corredor com passadeira branca, mas eu estava bloqueada no olhar do noivo. É um instante único sem duvida! Todo o resto do dia se passou super bem, somente na altura da abertura do bolo eu me senti retraída com tantas atenções.

Apesar das indicações prévias do senhor da quinta sobre as etapas do momento do bolo, com tantos olhares postos sobre nós eu fiquei meio sem jeito mas como sempre o noivo lá me tentou acalmar. Eis que após o primeiro fogo de artifício, na altura de abrir o bolo houve um momento de risos/vergonha, pois ao parti-lo eu deixei cair os talheres e o pedaço de bolo do noivo em cima do meu vestido, pelo menos não foi o bolo todo! Ahahah!

ançamos super bem pois tínhamos treinado durante um mês todos os dias e eu sentia-me super feliz, o noivo estava lindo e foi um momento de cumplicidade!A festa acabou as 2h30 da manhã e só não continuou porque o dj parou a música para nossa grande desilusão.Lembro-me de me sentar na borda da zona onde estava a nossa mesa e de contemplar os "resistentes" do dia darem as suas últimas gargalhadas e eu ali, já nostálgica mas bem presente.

Tínhamos na nossa primeira data 150 convidados e neste dia 12 de Agosto de 2022 apenas estiveram presentes 75, mas por nada deste mundo nós íamos imaginar que com tão poucos se fosse fazer tão grande festa! Se eu mudava algo? Não, não mudava nada porque um dia perfeito tem imperfeições e são essas que nos fazem sorrir, chorar, relembrar com carinho certos momentos e pessoas que tornaram o dia tão especial, será que na nossa primeira data teria sido assim? Nunca o vamos saber, mas o que sabemos é que o dia com algumas peripécias passou e foi mágico, único e finalmente passou!não me arrependo de nada, não mudaria nada, somente e talvez de ter medo de cair e subir tanto o vestido ao ponto de se ver o aro, ahahahah! Aproveitem o vosso dia ao máximo porque é bem verdade, ele passa a voar!