O casamento de Mário e Sandra em Coimbra, Coimbra (Concelho)

Depois de estar pronta lá regressei a casa para vestir o meu tão esperado vestido. Aqui, novamente, não seguimos a tradição e escolhemos não tirar as típicas fotos em casa. Para ser sincera, sempre tive uma aversão às tradicionais fotos em casa e no quarto. Não me perguntem porquê, mas simplesmente não gostamos.

Quando ainda me estava a preparar chegaram os meus queridos pais e os meus sogros. Quando os vi fiquei com o coração cheio, pois naquele momento tudo fico mais completo.

Fomos juntos para a quinta onde já esperavam os restantes convidados. Mas antes de chegar à quinta mais um stress. Sim, os stresses e imprevistos acontecem. Numa subida super estreita e super ingreme estava uma "miúda" (juro que a rapariga parecia ter menos de 18 anos) a conduzir um carro a ocupar a estrada toda e nós não passávamos. A "miúda", pára o carro e tenta fazer marcha atrás para se chegar mais para a berma e não é que o raio da "miúda" raspa a traseira do carro até ao espelho? Depois foi um grande impasse, pois a “miúda” não conseguia fazer mais nada (coitada). Já estava o meu marido a sair do carro para ir tirar o outro carro da estrada, quando sai um senhor de uma casa e fala com ela para a ajudar. Os minutos passavam e nós no meio da subida com carros atrás sem maneira de sair dali. Graças ao bom samaritano lá seguimos caminho.

Claro que nesta altura os nervos já se tinham instalado em mim e só desapareceram quando chegamos à quinta.

Aí foi um dos momentos mais felizes para mim. Ver todas as pessoas mais importantes das nossas vidas presentes para testemunhar a nossa celebração.

Estivemos juntos a comer uns aperitivos e a conversar. A partir deste momento parecia que nada mais no mundo importava. Eramos só nós. Mas não, os nervos voltaram quando às 16h30 a sra da conservatória ainda não tinha chegado. Está bem, ela só se deve ter atrasado uns 10-15m mas para mim parecia horas e uma vozinha lá no fundo dizia: "será que ela não vem? Aconteceu alguma coisa?"

Chegou a senhora. Os convidados foram para o local da cerimónia e eu e o meu marido de mão dada, mais a minha afilhada lá fomos os 3 para a nossa cerimónia.

A partir daí foi tudo maravilhoso e os imprevistos ficaram esquecidos. Foi uma cerimónia leve, onde fizemos a cerimónia das areias e a sra da conservadora leu um texto lindissimo sobre o significado das alianças. Estavam todos visivelmente emocionados.

Quando fomos para o salão tive uma surpresa do meu marido. Fez-me uma declaração de amor à frente de todos (ele que não é nada destas manifestações me público) que me deixou de coração cheio e de lágrimas nos olhos. Fiquei sem reacção. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

O jantar decorreu de uma forma muito tranquila com muitas brincadeiras à mistura. Andei sempre no meio da criançada a ser criança novamente.

Para quem nunca teve o grande sonho de casar, tive o dia mais maravilhoso que podia pedir. Não foi um conto de fadas e ainda bem, foi a melhor realidade que podia ter tido. Os casamentos não têm de ser um guia de regras e tradições. O casamento tem de seguir as vossas identidades e os vossos gostos.

Pode não ter sido o melhor casamento do mundo aos olhos de muita gente, mas para nós foi o melhor e o mais maravilhoso.

Posso vos dizer de coração cheio que casava outra vez com o meu marido e iria fazer tudo dentro dos mesmos moldes. Tudo tendo em conta as nossas personalidades. Já tenho saudades dos preparativos.

O casamento é a materialização do vosso amor, por isso vivam-no ao máximo e com a consciência que nem sempre todos os pormenores vão estar como imaginaram, mas não fiquem chateados e vejam a beleza nas pequenas imperfeições e falhas. Sejam muito felizes!