O casamento de Paulo e Joana em Coimbra, Coimbra (Concelho)

De repente, estavamos envolvidos em muitos e muitos preparativos. Primeiro a quinta, o fotógrafo, os padrinhos. Depois a data. Sim, a data: 12 de Setembro de 2015, o dia que escolhemos e que marcará para sempre as nossas vidas, venha o que vier (192 dias). Os convites, os convidados, a ementa. E sim o vestido, o stress e as angústias! A decoração, as mesas, os pormenores (60 dias). As lembranças, as alianças, os papéis. Toda uma série de decisões para tomar quando o tempo parece escassear por entre os dedos (20 dias). Tantas emoções que se querem saborear livremente quando o relógio não pára de correr. Uns nervos incontroláveis. E, sem perceber, sem acreditar, sem ter tempo de sonhar o suficiente, eis que chega finalmente o grande dia!

Penteada e maquilhada a rigor, chegou a hora de colocar o vestido. Sim, o vestido de princesa com que nunca tinha sonhado, mas que agora fora pensado, desenhado e costurado com toda a dedicação. Cada pormenor parece mágico. As pérolas, o tule, a tiara, o laço. Fazem-me entrar num papel de princesa que nunca quis ser, mas que naquele dia parece assentar-me tão bem, como que se a fada madrinha tivesse vindo transformar a gata borralheira. Não foi até à meia noite, mas não duvido que também para ela tenha sabido a pouco, muito pouco, as horas em que foi Cinderela.

Não levem a mal, mas é um dia de puro egoísmo. Para sentir a dois. Para saborear cada emoção, cada momento, cada alegria, cada abraço. Para ser uma princesa num palácio repleto de convidados trajados a rigor e felizes por partilhar da tua própria felicidade. Para ter a atenção de todos e ouvir vezes e vezes sem conta "Estás tão bonita!". Para rir e chorar. E, sobretudo, para amar.

Ainda assim, sabe a pouco, muito pouco. Quando se dá por ela, já acabou.

E o relógio continuou a correr sem parar, mas não levou com ele a magia. No meu coração ficaram as recordações do dia em que a menina que nunca o quis ser, foi afinal princesa do seu principe encantado. Em que os casamentos passaram a ter outro encanto, passando a fazer parte de um imaginário sem fim cheio de magia que gostaria, de um dia, poder repetir (quem sabe). E, ao meu lado, ficou aquele que, não sendo príncipe encantado (porque ninguém o é), me fez querer idealizar, planear e concretizar este conto de fada. Aquele que, todos os dias, me faz sorrir e acreditar no amor. O homem com quem decidi partilhar estes e todos os outros momentos, daqui em diante. Com quem quero ser feliz, enquanto durar a nossa história de encantar.

E, porque o relógio nunca pára, já passou um ano. O nosso primeiro ano como marido e mulher. O primeiro de muitos, espero. E vale a pena recordar.