O casamento de Ricardo e Susana em Lisboa, Lisboa (Concelho)

A partir da chegada da cabeleireira e da maquilhadora foi sempre a acelerar. Pelo meio conseguiram acalmar a minha mãe conversando com ela (que parecia que se ia casar outra vez) e quando acabaram ela pode ir vestir-se para depois receber os convidados.

Os fotógrafos também chegaram entretanto e descobrimos que as fitas do ramo tinham ficado tingidas e que as pulseiras das damas de honor tinham tido um pequeno azar com a humidade (necessária para que as flores não murchassem). Tudo se acabou por se resolver mas foi um momento um pouco stressante.

A questão de recebermos convidados em casa não foi consensual e acabei por não ter tempo para poder estar com eles lá em casa, tínhamos de sair às 11:30 sem falta e às 11:00 ainda não estava dentro do vestido. Para melhorar esta timeline já de si atrasada ainda havia fotos para tirar!

Apesar da confusão que se gerou (quem vestia a noiva, quem lhe vinha dar um beijinho, quem a calçava) pois toda a gente queria fazer parte deste momento, acabámos por conseguir que todos tivessem um papel na minha preparação. As damas de honor ajudaram com o vestido, a madrinha colocou a pulseira, a avó veio entregar e colocar o anel que me emprestou, o avô veio dar um beijinho, e já nos finalmentes o meu pai veio calçar-me (até porque um dos sapatos não entrava sozinho e eu já não me conseguia propriamente baixar). Até os meus primos entraram só para tirarem uma foto comigo!

Ainda houve tempo para ler a mensagem que o noivo que tinha enviado (escrevemos um "recado" um ao outro e lemos com a fotógrafa ao lado para captar as nossas emoções), sendo que quase estragava o trabalho das meninas com a emoção...mas aguentei!

Apesar de tudo acabei por sair a horas, apesar de se terem esquecido de trazer o carro para a porta...foram apenas 20 metros de passeio para percorrer, ainda bem que não escolhi saltos altos, mas devia ter explicado à família que o carro era para vir para a porta de casa!

Como não podia deixar de ser houve peripécias na viagem (há sempre, não há nada que esta família faça que não tenha peripécias)! O carro escolhido para a viagem foi um carro que está na família há alguns anos e que é especial para mim, apesar de ser um carro "normal" - Toyota Starlet, foi o primeiro carro que pude chamar "meu" - no entanto como já tem alguns anos (quase 25) tem alguns problemas incluindo o cinto do condutor ficar com a mola presa. Ora como eu não sabia disto, quando o limpei retirei aquilo que o prendia no lugar de maneira a permitir que fosse colocado...quando o meu pai entrou no carro e tentou pôr o cinto...estão a adivinhar, não é?

Portanto, eu não podia pôr o meu no banco de trás por causa do vestido, e o meu pai foi meia autoestrada sem cinto porque não o conseguia soltar. Metade do caminho foi feita, portanto, entre resmungos e tentativas de soltar o cinto...quase a chegar à 2ª circular lá conseguimos, finalmente!

Já mais calmos, descemos a Av. Almirante Reis em estilo, já que o carro ia todo decorado, e com o meu pai a buzinar como se não houvesse amanhã! Foi uma entrada gira, todas as pessoas na rua me acenavam e desejavam felicidades, senti-me uma rainha!

Quando chegamos à igreja, já com alguém à espera para ir estacionar o carro, descobrimos que o Padre se tinha trocado com as horas e não estava pronto para começar o casamento ao meio-dia e meia como combinado. Foi um momento de alguns nervos mas entretanto lá se resolveu tudo e após um bom bocado lá nos colocámos todos em posição para entrar.

O sobrinho do meu marido (nosso) foi à frente com as alianças e todos adoraram vê-lo tão concentrado na tarefa. Depois entraram as damas de honor e finalmente eu e o meu pai. Eu estava tão preocupada por já ser tarde que queria andar mais depressa mas o meu pai quis aproveitar o momento, e ainda bem, por isso fomos ao ritmo da música escolhida (que era bastante lenta).

Foi uma grande emoção ver a cara do meu marido quando me viu aproximar mas apesar de tudo consegui manter os olhos secos, nem sei bem como!

A cerimónia foi lindíssima e compensou, de longe, o atraso! Todos gostaram muito do Padre e da cerimónia em si, tendo elogiado muito as nossas escolhas de leituras e o sermão.

No final fizemos as assinaturas devidas, sempre com boa disposição e alegria, e quando saímos da igreja levámos um banho de pétalas (com pouco arroz, felizmente!). Foi uma sensação muito boa e foi maravilhoso poder cumprimentar os amigos e familiares!

Entretanto o padrinho do Ricardo foi buscar o carro que nos ía levar à quinta, que estava enfeitado igual ao meu, e enquanto esperávamos um turista veio oferecer-nos uma ginjinha (estávamos à espera mesmo ao lado da Casa da Ginjinha). Aceitámos, agradecemos e bebemos a ginjinha oferecida, apesar de termos mesmo era fome...eram 15:00 e estávamos com 1h30 de atraso em relação ao planeado. Felizmente o meu vestido tinha bolsos e eu tinha o telemóvel num deles, por isso pude ligar para a Quinta a avisar!

Finalmente pusemo-nos a caminho e foi aí que tirámos a nossa primeira foto de casados.

A chegada à quinta foi muito bonita, os nossos convidados já tinham chegado quase todos e pudemos fazer um primeiro brinde enquanto se iniciava o cocktail. Visto que já estavamos bastante atrasados não alongámos muito o cocktail, até para que a comida do almoço não arrefecesse. Contámos aqui com a excelente coordenação da Miriam e do Pedro da Kup Eventos que foram 5 estrelas e nos deram óptimos conselhos para contornar o atraso.

A entrada na sala foi outro momento alto! Pedimos que a sala fosse organizada em mesas corridas e ficou lindíssima, no entanto devíamos ter contado que as pessoas não se iam chegar logo à frente. Quando começou a música da entrada avançámos a dançar e quando chegámos ao pé das mesas pensámos "e agora por onde é que passamos?". Apesar de inicialmente não termos previsto esta questão tudo se resolveu e conseguimos chegar à nossa mesa sem grandes problemas!

Durante o almoço conseguimos comer, conviver um pouco com os convidados, aproveitar bem o tempo e julgo que ambos comemos todos os pratos que tínhamos escolhido.

O meu pai, estando afónico por causa de uma constipação muito forte, não pôde fazer o discurso, o pai do noivo não quis fazer, por isso acabei por ser eu a fazer apenas um agradecimento a todos por estarem presentes e partilharem o nosso dia.

Ainda durante o almoço fomos dando as lembranças e fez-se um brinde com o licor oferecido, pois tive receio que as pessoas não o abrissem quando levassem para casa e queria muito que todos tivessem oportunidade de provar, já que a Tasteful fez uma edição especial só para nós! (Licor azul sem necessitar de corante!)

Depois do almoço tiraram-se as fotos da praxe com os convidados e depois saímos um pouco para uma sessão só nossa, que suscitou grande curiosidade por parte dos presentes devido aos adereços escolhidos!

Foi só depois de tudo isto que consegui parar um pouco e ir à casa-de-banho, com a excelente ajuda das damas de honor e do saiote (que segurou a maior parte do vestido).

Assim que voltámos a entrar na sala fizemos a abertura do baile com a nossa música, sendo que os nossos pais acabaram por se juntar a nós a meio, o que foi muito giro e deu um toque ainda mais especial ao momento. Houve ainda tempo para uma dança minha com o meu pai, que foi um sucesso estrondoso, e do Ricardo com a mãe (que foi surpreendida e adorou).

A partir desse momento tudo se desenrolou muito naturalmente, com grande festa na pista de dança, incluindo um Limbo com algumas quedas em que muita gente participou, e com muita adesão também aos buffets, que todos gostaram muito. Dos buffets é que tanto eu como o marido não conseguimos provar grande coisa pois não parámos de dançar durante um bom bocado e também era preciso conviver com os convidados. Ainda assim, o cheesecake era excelente.

No final da noite para acabar a festa o DJ passou mais uma vez a nossa música e fizemos uma última dança ao som da mesma, momento filmado pelo namorado de uma das damas de honor.

Já estavamos muito cansados mas ainda fomos até ao hotel escolhido para passar a noite de núpcias, o Dolce Campo Real, no Turcifal, que nos recebeu da melhor forma possível. Tínhamos trufas e espumante à nossa espera no quarto (uma suite que ainda hoje acho que foi um upgrade ao que tínhamos marcado). Já está escolhido o local para celebração do 1º aniversário pois não conseguimos usufruir de tudo o que o hotel tinha para oferecer, com muita pena nossa!

Foi um dia maravilhoso, com algumas peripécias para contar, e que ficará de certeza na nossa memória para sempre como o primeiro dia do resto das nossas vidas.

A felicidade nota-se e quem vê as fotos que já temos (ainda não temos todas) percebe o quão felizes estávamos! Passou com a velocidade normal, não posso dizer que tenha passado muito rápido porque aproveitámos cada minuto!

Fomos e somos muito felizes!