O casamento de Rui e Inês em Azeitão, Setúbal (Concelho)
Rústicos Verão Preto 7 profissionais
R&I
04 Jun, 2016A crónica do nosso casamento
Após meses de pesquisas, negociações e compromissos finalmente chegava o dia. Na noite anterior sentámo-nos os dois e acordámos deixar todas as preocupações para trás. Tínhamos feito todas as escolhas com tanto cuidado que era tempo de confiar no profissionalismo de todos e aproveitar o nosso dia ao máximo.
O meu dia (noiva) começou às 6h30 da manhã, porque cabelo e maquilhagem não se fazem em 5 minutos. O dia do noivo começou às 6h30 da manhã, porque não é só o coração que ganha á razão, os nervos também levam a melhor.
A acordar tão cedo pensar-se-ia que teríamos tempo para tudo com muita calma, mas em 2 minutos começou a correria e não parou mais. A Mena (cabeleireira) com uma paciência incrível foi interrompendo os caracóis ora para receber o bouquet, ora para cumprimentar convidados ora para atender o telefone. Apesar de todas as interrupções ela conseguiu fazer milagres no meu cabelo extraliso e sem volume e ficou exatamente como queria. Planeámos. Planeámos. Mas há sempre algo que falha, e tinha deixado o dinheiro para a Mena em casa, felizmente a mamã estava por perto para vir ao meu auxílio.
Continuar a ler »Eram já 9h30 (para onde foram 3h? ainda só tomei banho e arranjei o cabelo). Apesar do caos de crianças a correr pela casa e adolescentes à procura de um espelho vago, consegui refugiar-me na cozinha a tomar um pequeno-almoço rápido. Quando acabei pensei que talvez ingerir cafeína não tivesse sido a ideia mais brilhante, mas não tive tempo para divagar sobre o assunto porque a maquilhadora já batia à porta. A Ana foi espetacular, conseguiu disfarçar todas as marcas da minha pele e destacou os olhos sem carregar demais. Enquanto ela lutava para colar as pestanas já se começava a ouvir o click click do fotógrafo. E por momentos ouviu-se um babum babum do meu coração quando ele disse que ia levar o meu vestido para o jardim (confia, confia, repeti a mim mesma, e fiz bem em confiar).
Rímel para aqui, eyeliner para ali, e já eram quase horas de sair. O vestido entrou num instante e depois meia hora a apertar botões. O relógio não parava de tocar e só imaginava o noivo a stressar. Pensa-se no diabo, e o telefone toca. Já está na igreja e fez o mesmo que eu, esqueceu-se do dinheiro para o padre em casa. Desta vez foi o papá que foi em socorro.
A hora de saída era às 11h30, já eram 11h40. Conseguia sentir o suspiro reprovador do noivo e fiz uma careta para uma fotografia, recusei tirar mais, e corri para o carro. Lá fomos nós em comboio cidade fora. Perde-se metade do comboio, paramos, esperamos, reencontramo-nos. Lá continuámos nós agora serra acima.
Chegámos! Já sinto as borboletas na barriga. Ouço o som do violino a tocar o over the rainbow, olho para o meu pai e percebo que ele está ainda mais nervoso que eu. Entramos na igreja e vejo o Rui no altar, o que tem ele nos olhos? Lágrimas! O sr. “Eu chorar no casamento? Nunca!”. Tão emocionado era o choro dele, que vários convidados confessaram terem de se controlar para não chorar à conta dele. O Padre foi perfeito, não se prendeu em teologias antiquadas, mas focou-se no respeito e compreensão entre o casal. Olhou para mim enquanto dizia que temos de ter compreensão quando o outro deixa a roupa espalhada no chão, neste momento senti risos atrás de mim pois todos os que nos conhecem sabem que quem deixa a roupa no chão e se esquece de aniversários sou eu. A minha mãe fez a leitura sem se engasgar, e sobreviveu à cerimónia sem chorar. Por fim o padre anunciou que passaríamos a usar o mesmo apelido, mas que seria o noivo a assumir o nome da noiva, ouvi ao fundo o gasp de felicidade do meu pai. Ao som do violino saímos da igreja onde levámos um duche de pétalas e brindámos com espumante de framboesa.
Uma das grandes vantagens do Palácio D’El Carmen é ter a capela na própria quinta por isso bastou descer as escadas para chegar à zona do cocktail. Dê-mos uma volta pelo jardim e reparámos que ninguém se atrevia a sentar na cadeira do caricaturista. Escolhemos a primeira vitima e foi quanto bastou, pouco depois a fila para a temida cadeira já dava a volta ao jardim. O Nuno já tocava o saxofone e os mais novos agarraram-se à máquina fotográfica instantânea, num instante as cordas ficaram repletas de fotografias (pena que no final da noite quase todas haviam desaparecido).
Tinham-nos avisado que o tempo ia passar a correr e que nem nos íamos lembrar de comer, pois a “profecia” concretizou-se e chegámos à hora do almoço ainda sem nada no estomago. Antes da refeição começar o noivo revelou que tinha preparado uma surpresa e passou um slide show com o best of das fotografias da nossa relação, acho que não havia uma única em que não estivéssemos a fazer uma careta. O almoço correu na perfeição, os miúdos mantiveram-se tranquilos na mesa e toda a gente conversava.
Estávamos com receio que a nossa seleção de música ambiente não fosse bem recebida por ser demasiado pesada mas, com exceção do head banging do meu irmão, ninguém pareceu reagir. Para o final da refeição contratámos animação infantil e babysitting, assim os pais puderam ficar a beber um digestivo enquanto as suas crias brincavam em segurança. Para nós o fim da refeição significou início da sessão fotográfica. Nunca na vida tinha tirado tantas fotografias e espero não voltar a tirar, pelo menos não com sapatos daquela altura.
Finalmente sentámo-nos a descansar, mas o chefe de mesa já vinha a correr dizer que o pôr-do-sol estava quase a chegar e era hora de cortar o bolo. Com toda gente à nossa volta, o empregado ensinou-nos como se cortava o bolo (sim, aos 30 anos tínhamos obrigação de saber usar faca de bolo. Culpamos as nossas mães) e conseguimos fazê-lo à primeira sem muita destruição. A Dona Gertrudes foi impecável e fez o primeiro piso do bolo de uma receita sem açúcar (diabética) e estava fofo e doce, contrariamente ao champanhe que nenhum de nós os dois gosta e desta vez não conseguimos disfarçar. Foi a risada geral e concluímos que deveríamos ter comprado uma garrafa de champomi para enganar. O bolo desapareceu quase todo num instante, e os bonecos da noiva a arrastar o noivo bolo a cima em direção a um “Felizes para sempre” também desapareceram. Lá os veremos daqui a 1 ano espero.
Aproveitámos estar toda gente reunida e fomos logo atirar o bouquet e abrir a pista. Mais uma vez respirámos de alívio por ninguém torcer o nariz à escolha de Saliva para música do bouquet, mas foi um stress arranjar raparigas solteiras que quisessem arriscar-se a apanhá-lo, lá veio uma com vontade, 9 com medo e o padrinho ainda se juntou ao grupo para animar a festa. Como não podia deixar de ser, calhou mesmo ao único homem que lá se tinha infiltrado, mas como cavalheiro (e solteiro) que é, ofereceu o bouquet à menina que o queria desesperadamente.
A escolha para música de abertura de pista foi discutida até à exaustão. Mentira! Não sabemos dançar, nem gostamos de nos sentir o centro das atenções. Por isso chamámos toda gente e abrimos a pista ao som do “I can’t dance” dos LMFAO. Para a animação de pista tínhamos contratado o PPAnimações. O Tiago foi espetacular, conseguiu que várias pessoas ultrapassassem a vergonha e fossem para a pista fazer os jogos connosco.
A partir daí foi festa sem parar que só acabou quando nós nos demo-nos por vencidos e, 12horas depois do primeiro passo em direção ao altar, demos o nosso primeiro passo em direção ao nosso lar de casados (que é o mesmo que o lar de solteiros, apenas com um vestido gigante e um fraque no armário).
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