Há cerca de doze anos que realizo casamentos pagãos. Inicialmente, apenas para o meu círculo de amigos e conhecidos que procuravam casar-se e queriam um casamento que não fosse católico, nem na conservatória, mas desejavam algo místico, com um significado mais profundo. Uma cerimónia intemporal.

Na época, o casamento pagão/simbólico (ou handfasting), que antecede em séculos tudo o que conhecemos como ritual de casamento nos nossos tempos, era praticamente desconhecido em Portugal.

Devido à minha dedicação aos estudos e pesquisas sobre as antigas tradições pagãs, em particular na vertente druídica, a palavra foi passando de noivos para noivos - e os pedidos começaram a ser cada vez mais.

Sem nunca ter planeado ou sequer imaginado vir a tornar-me "oficialmente uma oficiante" (passo o pleonasmo), este caminho tornou-se inevitável.

Tão inevitável quanto o amor.